A primeira página da internet
25 de fevereiro de 2012
Disponível em: http://info.cern.ch/
Maiores informações: http://www.w3.org/History/19921103-hypertext/hypertext/WWW/News/9201.html
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Para os fãs de HQ Clássicas
Numa dessas "andanças" pela internet, achei um site que é um verdade depósito de história em quadrinhos clássicas. Tudo que você possa imaginar estará lá. É só clicar no banner da The Digital Comic Museum . Enjoy!
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Entrevista Tarsila do Amaral Revista Veja (1972)
22 de fevereiro de 2012
Veja - A senhora estava na Europa, durante a Semana. Mesmo assim, é considerada uma de suas figuras principais. Por que?
TARSILA - Embora eu estivesse na Europa, eu acho que participei da Semana de 22 pela carta que a Anita Malfatti me mandou, contando tudo, com todas as minúcias. Agora nem sei onde essa carta foi parar. Eu fiquei admirada do que ela me contou e com a grosseria do Monteiro Lobato quando falou sobre ela, sem compreender nada, muito reacionário, pois imagine que ele se julgava pintor, o Monteiro Lobato, sabe? Eu fiquei muito admirada: o que será esta coisa? A Anita ficou magoada com toda a razão, o Monteiro Lobato falava dos quadros dela como se fossem feitos por um burro com um pincel amarrado no rabo e conforme as moscas atormentavam o burro ele dava aquelas pinceladas assim na tela, não é?
Veja - Mas a Semana…
TARSILA - Nas vésperas de ir para a Europa eu aluguei meu atelier para um professor alemão, o professor Elpons, o único impressionista que estava no Brasil. Ele foi o único que me deu uma experiência dos quadros impressionistas porque aqui no Brasil não chegava nada, só através do professor Pedro Alexandrino, que esteve vinte anos em Paris e visitava muito, aqueles grandes pintores, que ele conhecia todos. Muita gente dizia: é perder tempo ir trabalhar no atelier de Pedro Alexandrino porque um passadista; mas ele tinha preparo, pensando bem não era perder tempo não.
Veja - Como a senhora descobriu o seu talento?
TARSILA - Eu comecei a trabalhar (em São Paulo) sob a direção de Pedro Alexandrino e não me fez nada de mal de ver que era uma coisa antiga, acadêmica, tinha aquele método antigo de copiar à fusain para exercitar a mão, fiz até a cabeça de um negro, ele queria que eu tivesse a mão muito firme e me dava então aquele papel muito grande para trabalhar, não é? ele ia me explicando tudo, fazer traços sem régua, sem nada. Comecei com o desenho, eu não era uma colorista no princípio, fazia cópias de gesso também, com sombreado, coisas de anatomia que tinha que copiar, conhecer bem. Ele trabalhava no Liceu de Artes e Ofícios e trazia aqueles modelos e era muito bom porque a pessoa aprendia anatomia e sabia as proporções, não é?
Veja - São Paulo era muito provinciana nas artes?
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Tarsila e Anitta Malfatti no MASP - 1955 |
Veja - A senhora achou um ambiente hostil quando voltou?
TARSILA - Eu cheguei nos primeiros dias de junho, vinha de navio, que não tinha a facilidade do avião, o Gago Coutinho é que ia atravessar o Atlântico logo depois. Mas era tão tranquila a travessia por mar!… Eram os navios da Mala Real inglesa, os melhores, e logo passou algum tempo a França fez também o Lutèce e o Marsília. Não, não achei um ambiente hostil quando voltei. Eu recebia muitas pessoas, poetas, no meu atelier da rua Vitória. Era uma casa que pertencia à minha família mesmo.
Veja - A senhora era uma mulher muito bonita…
TARSILA - Quem? Eu? Bom, naturalmente, naquele tempo eu estava melhor do que estou hoje. Aí tive o encontro com o Oswald de Andrade, que era muito extravagante, falava mal de todo mundo, quando ele achava que uma coisa era engraçada, tinha que dizer mesmo que ofendesse os amigos, sacrifica tudo por um bon mot. Uma vez Paulo Prado brigou com ele e nunca mais quis falar com ele, sabe? Eu nem sabia por que, no entanto o Paulo Prado tinha feito um prefácio muito bom para o livro do Oswald, Pau-Brasil, editado lá em Paris. Quando o Oswald tinha uma coisa para dizer, ele não resistia mesmo e aí falou sobre a dona Veridiana Prado e dizem que ela não era, bem ariana, que ela tinha uma misturazinha lá e o Oswald falou daquela gloriosa mulata que a dona Veridiana Prado. Ora, o Paulo Prado era parente muito próximo, de maneira que nunca mais falou com o Oswald.
Veja - Ele brigou também com Mário de Andrade?
TARSILA - Brigou também. Depois ficou com saudade dele, pediu que eu escrevesse uma carta para o Mário, Oswald era muito temperamental, eu estava casada com ele e escrevi mas Mário respondeu que era impossível, que o Oswald o tinha ofendido demais, que ele estava muito ressentido, que não era possível, que comigo era diferente, ele sempre foi muito meu amigo, o Mário. Aí, quando o Oswald viu que ele não voltava mesmo às boas, continuou a falar mal do Mário. Era uma pena esse traço do caráter do Oswald… E com uma obra tão séria, não? as ilustrações dos livros fui eu que fiz todas.
Veja - O famoso Aba-Puru partiu daí?
TARSILA - Não, eu quis fazer um quadro que assustasse o Oswald, sabe? que fosse uma coisa mesmo fora do comum. Aí é que vamos chegar no Aba-Puru. Eu mesma não sabia por que que eu queria fazer aquilo… depois é que eu descobri. O Aba-Puru era aquela figura monstruosa que o senhor conhece, não é? a cabecinha, o bracinho fino apoiado no cotovelo, aquelas pernas compridas, enormes, e junto tinha um cacto que dava a impressão de um sol como se fosse também uma flor e ao mesmo tempo um sol e então quando viu o quadro o Oswald ficou assustadíssimo e perguntou: Mas o que é isso? Que coisa extraordinária! Aí imediatamente telefonou para o Raul Bopp, que estava aqui, e disse: Venha imediatamente aqui que é pra vocêver uma coisa! Aí o Bopp foi lá no meu atelier, ali na rua Barão de Piracicaba, um solar muito bonito que meu pai tinha comprado recentemente, o Bopp assustou-se também e o Oswald disse: Isso é como uma coisa como se fosse um selvagem, uma coisa do mato, e o Bopp foi da mesma opinião. Aí eu quis dar um nome selvagem também ao quadro, porque eu tinha um dicionário de Montoia, um padre jesuíta que dava tudo. Para dizer homem, por exemplo, na língua dos índios era Abá. Eu queria dizer homem antropófago, folheei o dicionário todo e não encontrei, só nas últimas páginas tinha uma porção de nomes e vi Puru e quando eu li dizia homem que come carne humana, então achei, ah, como vai ficar bem, Aba-Puru. E ficou com esse nome.
Veja -Então, a senhora foi a origem do movimento antropófago?
TARSILA - O Raul Bopp achou que devíamos fazer um movimento em torno desse quadro, achou esquisitíssimo, ele gostou muito e depois escreveu um livro interessantísimo sobre o linguajar indígena do Amazonas. Todos começaram a dizer que o Oswald é que tinha feito o Aba-Puru e criado o movimento antropofágico. Ele aceitou que dissessem que era de autoria dele, achou interessante.
Veja - Daí ele passou a datar documentos a partir do ano em que os índios tinham comido na Bahia aquele bispo, o bispo Sardinha?
TARSILA - É, e fizeram o movimento da antropofagia e aí todas as quartas-feiras o Chateaubriand (com pronúncia francesa) ofereceu uma página no jornal para o movimento. Então vinha o Geraldo Ferraz, que era conhecido como o açougueiro, falar de arte, não é? Era, sim, açougueiro porque antropofagia era comer carne, então ele é que contava e distribuía entre os leitores. Mas aí, como havia muita irreverência com as famílias que assinavam o Diário de São Paulo o Chateaubriand viu-se obrigado a pedir que não continuassem porque estava perdendo todos os leitores.
Veja - O Aba-Puru com aquela figura deformada, monstruosa, parece coisa de pesadelo.
TARSILA - Engraçado o senhor falar nisto, eu gosto de inventar formas assim de coisas que eu nunca vi na vida, mas não sabia por que que eu tinha feito o Aba-Puru daquela forma. Eu me perguntava: Mas como é que eu fiz isto? Depois uma amiga que era casada com o prefeito me dizia: Sempre que eu vejo Aba-Puru; me lembro de uns pesadelos que eu tenho, e eu então liguei uma coisa a outra, disse que devia ser uma lembrança psíquica ou qualquer coisa assim e me lembrei de quando nós éramos crianças na fazenda. Naquele tempo tinha muita facilidade de empregadas, aquelas pretas que trabalhavam para nós na fazenda, depois do jantar elas reuniam a criançada para contar histórias de assombração, iam contando da assombração que estava no forro da casa, eu tinha muito medo, a gente ficava ouvindo, elas diziam: daqui a pouco da abertura vai cair um braço, vai cair uma perna e nunca esperávamos cair a cabeça, abríamos a porta correndo e nem queríamos saber de ver cair a assombração inteira. Quem sabe o Aba-Puru é um reflexo disso?
Veja - Assim como o movimento antropofágico tinha relações com as culturas primitivas, dos índios, da África, etc., o Fernand Léger, com a sua temática de máquinas, fábricas, sociedade moderna, teve influência na sua pintura também?
TARSILA - Eu gostava muito da obra dele, fui muito amiga dele, mas não freqüentei o atelier do Léger, eu era amiga da mulher dele também, depois até inventaram que ele tinha desenhado brincos para mim, etc., imagine! Eu me inspirei em São Paulo mesmo, na sociedade fabril e foi uma novidade naquele tempo, no Brasil, o que eu fiz. E fui tão bem aceita, que o governo do Estado comprou a minha obra, sabe, um quadro grande, está em Campos do Jordão, imitando em cima uma fábrica. Na época de minha exposição no Rio tive um amigo pernambucano que me mandou todos os recortes da crítica quando foi exposto lá o Aba-Puru inclusive. Havia invenções incríveis, diziam que meu atelier era como o atelier do Renoir, cheio de nus e não sei o que mais e que eu mandava espalhar pelo atelier inteiro divãs cobertos de veludos roxos, cada uma! E me confundiam com a Anita Malfatti. Naquela época, o senhor imagina, uma jornalista do Rio chegou a escrever que o Oswald de Andrade nem chegara a se casar comigo! Falava de mim feito de um monumento de São Paulo, vale a pena conhecer TARSILA em São Paulo, virei atração turística, veja só! Quando meu casamento com o Oswald foi até um casamento de luxo, o Washington Luís esteve presente! Falavam de mim, de meus muitos amores!, até de lançadora de modas eu fui chamada. E claro, porque cada vez que eu voltava da Europa eu trazia as novidades, não é mesmo? Eu estava uma vez com um vestido lindíssimo, uma seda meio xadrez, com mangas bufantes e dois laços de fita bem largos, azuis (dona Anette mostra uma edição da Ilustração Brasileira e diz que foi em 1924) sabe? Foi o vestido que eu escolhi para o vernissage de obras minhas num conjunto de muitas salas, na rua Barão de Itapetininga, eu estava ali esperando os visitantes. Aí eu vi assim uma porção mesmo de rapazes que vinham na minha direção, como eu estava na porta eu perguntei: Os senhores querem entrar? Parecia que era o que eles queriam mesmo, e eu os recebi com muita cordialidade, convidei, mal eu sabia o que eles queriam fazer: todos vieram com giletes no bolso para arrasar com tudo o que eu tinha feito! Mas acho que me estranharam de ver num vestido assim tão bonito e não conseguiram o que pretendiam, não.
Veja - A senhora na sua infância morou em São Paulo ou no interior?
TARSILA - Quando eu era pequena eu morava numa fazenda, meu pai adorava tudo que era fazenda, comprava muitas terras, era um homem muito rico porque o pai dele também era conhecido na genealogia paulista como José Estanislau do Amaral, o Milionário. Ele começou a vida sem nada, fazendo óleo de mamona, tinha um ou dois escravos que o ajudavam a fazer isso e depois foi vendendo, foi melhorando, comprou fazendas, uma porção, vendia café em Santos também, onde ganhava muito com isso. Eu fui criada no campo, acho que é por isso que sou tão forte ainda com a minha idade. Na luta do braço (mostra o braço), até homem é difícil de me vencer, sabe?
Veja - E na sua pintura também está essa força da terra, do campo?
TARSILA - Exatamente. Sabe? Eu era pequena na fazenda e via minha mãe com muitos santinhos de igreja, já gostava de pintura, tanto que eu fazia as primeiras cópias mal feitas dos santos. São Franciso Xavier eu fiz quando eu tinha uns quatro anos. Adorava desenhar e viver rodeada de galinhas, de pintos e fazia um desenhozinho, de tudo que era animal que eu via. Aí me fizeram presente de uma gatinha branca, eu adorava gatos, chamava-se Falena, e ela arranjou muitos maridos e eu fiquei com quarenta gatos que me rodeavam miando, lá na fazenda de Capivari. Mas eu passava tempos também na fazenda de São Bernardo, que papai já tinha comprado naquela época, era uma casa muito grande e bonita e até foi vendo as letras da entrada da fazenda que eu fui aprendendo a ler. Sabe, eram letras quase do tamanho deste armário aqui. Minha mãe me ensinava: Olhe, isto aqui é um B, chama-se B esta letra, aqui é um A e eu me lembrava logo da forma das letras. Eu nem senti que estava sendo alfabetizada antes de entrar para a escola. E fazia também bonecas de mato: um mato que crescia com uns caules quadradinhos e dava flor, eu pegava e fazia com aqueles matos uma espécie de escultura, eu fazia braços e pernas e brincava com aquilo. Eu cresci nessa fazenda e como meu pai soube que ali perto tinha se estabelecido uma família belga, eram nobres Van Harenberg Val-mont, tinham uma filha de dezoito anos e, como eu tinha outros irmãos pequenos, papai mandou perguntar se a moça podia vir nos ensinar francês e ela veio mas não nos ensinou nada, mamãe é que ensinou portuguê para ela. O francês eu aprendi porque papai queria os filhos muito educados, então fomos para a Europa e nunca nenhum francês soube que eu não era francesa: me diziam sempre que eu falava completamente sem accent étranger, sabe?
Veja - Em Paris a senhora estava em contato com Picasso, com Apollinaire, com Breton?
TARSILA - Ah, estive, o Cocteau também era nosso grande amigo, eu fazia muitos almoços brasileiros no meu atelier em Paris, que o Paulo Prado descobriu que foi o atelier de Cézanne, na rua Moreau, num bairro até não muito recomendável, mas era tão difícil ter um atelier em Paris! Havia muitos artistas americanos, muitos estrangeiros e era difícil achar. O meu era no quinto andar, tinha que subir tudo a pé, não tinha banheiro, era meio primitivo, banho mesmo era só no bain publique. Quem ia sempre era o Vila-Lobos e o Cocteau também freqüentava, diziam até que ele era muito bom musicista. Vila-Lobos então improvisava num piano de cauda que tinha lá no meu atelier, tocava uma coisa e o Cocteau dizia, fazendo careta de tédio: Non, ça n’est pas quelque chose de neuff! (Não, isso não é nada de novo!) Aí o Vila-Lobos tocava outra coisa e o Cocteau balançava a cabeça Não, isso não é inédito, até que se sentou embaixo do piano alegando que era pour mieux entendre (para ouvir melhor), mas nunca aprovando a música do Vila-Lobos, o folclore brasileiro para ele era déjà entendu (já ouvido). O senhor pode imaginar as brigas que se armavam, com o Vila-Lobos muito espalhafatoso, muito exuberante… Era um clima, aliás, de constantes discussões, porque eram de partidos literários, políticos, estéticos diferentes e dava aquelas confusões eternas…
Veja - A senhora teve uma vida muito rica; quando foi que a senhora se sentiu mais feliz?
TARSILA - Foi quando justamente meu pai comprou um solar, que havia lá na rua Barão de Piracicaba, porque minha mãe gostava de casa bem grande, era uma mansão mesmo e lá é que eu dava festas, fazia jantares e tinha dois rapazinhos de quinze para dezesseis anos e que eram garçons, eu trouxe uma adega excelente, que ninguém conhecia igual em São Paulo, escolhida peça por peça por um sommelier franoh com o nome de um artista conhecido, não me lembro agora, Maurice Chevalier? Não, ele se chamava Charles Boyer, acho que era o nome de um artista do cinema, não era?
Veja - De onde a senhora tira tanta força para viver? Uma queda a deixou presa na cama a maior parte do dia. Recentemente, perdeu a única filha. Logo depois, morreu sua única neta, afogada. A senhora é religiosa?
TARSILA - Ih, sou, sim. Sou muito devota do Menino Jesus de Praga, porque alcancei muitas graças com as orações a ele. É uma novena milagrosa, eu sei tudo de cor: Oh Jesus que dissestes: Pedi e recebereis, procurai e achareis, batei e a porta se abrirá, quando eu li isso eu fiquei arrepiada, sabe? de imaginar assim aquela porta se abrindo, se abrindo… Isso me inspirou um quadro de Jesus Menino com um negrinho, que simboliza os humildes, também com japoneses e índios, eu dei de presente para um padre que dirige um orfanato para crianças. Eu copiava oleografias sacras…
Veja - O Portinari começou também copiando santos.
TARSILA - Ah, tive uma desilusão com Portinari quando conheci um exegeta do cubismo em Paris e freqüentei mais de seis meses esse grande professor e acho que o Portinari não sabia fazer pintura cubista. Por exemplo: ele ia fazer o Tiradentes. Fez com pincel e nanquim, desenhado, e depois colocou pedaços de papel e colou em cima do desenho, isso nunca foi cubismo!
Veja - Além do sentimento religioso, há um tom de lembrança em sua pintura…
TARSILA - Um dos meus quadros que fez muito sucesso quando eu o expus lá na Europa se chama A Negra. Porque eu tenho reminiscências de ter conhecido uma daquelas antigas escravas, quando eu era menina de cinco ou seis anos sabe? escravas que moravam lá na nossa fazenda, e ela tinha os lábios caídos e os seios enormes, porque, me contaram depois, naquele tempo as negras amarravam pedras nos seios para ficarem compridos e elas jogarem para trás e amamentarem a criança presa nas costas. Num quadro que pintei para o IV Centenário de São Paulo eu fiz uma procissão com uma negra em último plano e uma igreja barroca, era uma lembrança daquela negra da minha infância, eu acho. Eu invento tudo na minha pintura. E o que eu vi ou senti, como um belo por-de-sol ou essa negra, eu estilizo.
Veja - A sua pintura, tão poética, é então uma evocação enternecedora de uma infância feliz?
TARSILA - Acho que o senhor não está longe de ter acertado.
Fonte: Almanaque Abril
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Tarsila do Amaral, (b. September 1, 1886 in Fazenda São Bernardo. Capivari, São Paulo,- d. São Paulo on January 17, 1973).
She was a modernist artist in Brazil, and participated in the Week of Modern Art (Semana de Arte Moderna) in 1922. Tarsila do Amaral was a member of the Grupo dos Cinco (Group of Five), which included Anita Malfatti, Menotti del Picchia, Mário de Andrade, and Oswald de Andrade.
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20 de fevereiro de 2012
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Dez passos de Pagú
■ 1910 — Patrícia Rehder Galvão nasce em São João da Boa Vista.
■ 1912 — Sua família muda-se para a Rua da Liberdade, em São Paulo.
■ 1924 — Torna-se aluna da Escola Normal do Brás (no destaque).
■ 1930 — Pagu e Oswald fazem um pacto de casamento no Cemitério da Consolação. Três meses depois, simulam a foto da cerimônia diante da Igreja da Penha. No mesmo ano, nasce Rudá.
■ 1931 — Sofre a primeira de suas 23 prisões políticas.
■ 1933 — Publica o romance Parque Industrial.
■ 1939 — Escreve na prisão o romance Microcosmo. Trata-se de um livro cuja primeira parte Pagu enterrou em um terreno baldio em São Paulo para proteger da polícia. Ao tentar desenterrá-lo, três anos depois, a decepção. No local, havia um edifício.
■ 1940 — Casa-se com o jornalista Geraldo Ferraz. Seu segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz, nasce no ano seguinte.
■ 1952 — Estuda teatro na Escola de Arte Dramática (EAD).
■ 1954 — Muda-se para Santos e morre ali oito anos depois.
Dez passos de Pagú
■ 1910 — Patrícia Rehder Galvão nasce em São João da Boa Vista.
■ 1912 — Sua família muda-se para a Rua da Liberdade, em São Paulo.
■ 1924 — Torna-se aluna da Escola Normal do Brás (no destaque).
■ 1930 — Pagu e Oswald fazem um pacto de casamento no Cemitério da Consolação. Três meses depois, simulam a foto da cerimônia diante da Igreja da Penha. No mesmo ano, nasce Rudá.
■ 1931 — Sofre a primeira de suas 23 prisões políticas.
■ 1933 — Publica o romance Parque Industrial.
■ 1939 — Escreve na prisão o romance Microcosmo. Trata-se de um livro cuja primeira parte Pagu enterrou em um terreno baldio em São Paulo para proteger da polícia. Ao tentar desenterrá-lo, três anos depois, a decepção. No local, havia um edifício.
■ 1940 — Casa-se com o jornalista Geraldo Ferraz. Seu segundo filho, Geraldo Galvão Ferraz, nasce no ano seguinte.
■ 1952 — Estuda teatro na Escola de Arte Dramática (EAD).
■ 1954 — Muda-se para Santos e morre ali oito anos depois.
Casamento de Pagú e Oswald
Em 1930, Oswald de Andrade e Patrícia Galvão, a Pagu, se casaram no cemitério da Consolação, em São Paulo. A cerimônia foi mais uma das excentricidades dos modernistas.
"Nesta data contrataram casamento a jovem amorosa Patrícia Galvão e o crápula forte Oswald de Andrade. Foi diante do túmulo do cemitério da Consolação, à rua 17, número 17, que assumiram o heroico compromisso. Na luta imensa que sustentam pela vitória da poesia e do estômago, foi o grande passo prenunciador, foi o desafio máximo", registraram o evento.
Em "Amores Proibidos na História do Brasil", o jornalista e historiador Maurício Oliveira reuniu alguns dos romances mais polêmicos que aconteceram em terras brasileiras.
Para escrever o livro, "pensei na trajetória de Oswald, de Domitila [marquesa de Santos] e dos outros 12 protagonistas. Lembrei dos desafios, das reviravoltas e dos dramas que cada um deles enfrentou", conta.
Além de Oswald de Andrade e Pagu, d. Pedro 1º e marquesa de Santos, as histórias de João Fernandes e Chica da Silva, Giuseppe e Anita Garibaldi, Joaquim Nabuco e Eufrásia Teixeira Leite e Chiquinha Gonzaga e Joãozinho compõem o volume.
Continua em: http://www.historia.net.br/2012/02/leia-um-trecho-do-livro-paixoes.html
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/livrariadafolha/1049243-pagu-e-oswald-de-andrade-se-casaram-no-cemiterio.shtml
ABNT flexibiliza regras de apresentação de trabalhos acadêmicos
17 de fevereiro de 2012
Caros,
A Associação Brasileira de Normas Técnicas finalmente permitiu a impressão frente e verso e o uso de papel reciclado. Quem quiser conferir, o link está abaixo:
Acho que é de interesse geral: http://www.abnt.org.br/m5.asp?cod_noticia=624&cod_pagina=965.
Documentário sobre crise de 1929
13 de fevereiro de 2012
Carta O Berro.........................................................repassem
Abaixo vão os links das 2 partes de um excelente documentário sobre os anos 20 e a crise de 1929 nos EUA. Eu assisti há três dias atrás na Rede Brasil, e gostei muito. Não é um documentário econômico, mas sim histórico, que ajuda a dar o contexto da crise econômica de 1929 nos EUA. É bem didático, mesmo para uma pessoa que não tenha referência alguma sobre o assunto. Recomendo ver.
Os links do documentário são:
http://www.youtube.com/watch?v=6hldit2b1do&feature=related 1ª parte, dura 25 minutos
http://www.youtube.com/watch?v=8LohT82uBPg&feature=related 2ª parte, dura 25 minutos
O título é Relembrando 1929.
RIO DE JANEIRO - CAIS DO VALONGO: PASSADO RESGATADO
12 de fevereiro de 2012
Cais do Valongo: Porto Maravilha resgata passado do Rio
Descobertos restos de cais onde escravos desembarcavam.
Por Nelza Oliveira para Infosurhoy.com—19/05/2011
RIO DE JANEIRO – Enterrado há mais de um século, parte do passado do Rio de Janeiro – e da história do Brasil – começa a emergir.
Graças às escavações para as obras de revitalização de áreas da cidade pelo projeto Porto Maravilha, foram descobertas estruturas soterradas do chamado Cais do Valongo.
Os vestígios do passado brasileiro foram encontrados ao longo da Avenida Barão de Tefé, onde ficava o cais. Foi por esse cais que milhares de homens, mulheres e crianças capturados na África para trabalhar como escravos chegaram ao Brasil de 1818 a 1830. O complexo tinha mercados, depósitos, uma área para quarentena, cemitério e diversos outros estabelecimentos ligados ao comércio de escravos.
A partir de 1843, começou a ser construído o Cais da Imperatriz sobre o Cais do Valongo. As obras tinham por objetivo recepcionar a futura imperatriz Teresa Cristina, que veio da Itália para se casar com Dom Pedro II, o então imperador do país.
Diversas reformas urbanas nos séculos seguintes também seguiram apagando os vestígios do envolvimento do Brasil com a escravidão, agora sendo redescobertos. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, pediu que o projeto Porto Maravilha fosse refeito para preservar os achados arqueológicos do cais, que devem virar um memorial.
Esses desenhos são prévia da modernização em execução no porto do Rio - o projeto "Porto Maravilha"
"Pretendo fazer uma praça como em Roma", disse Paes. "Estas são as nossas ruínas romanas. Além disso, construiremos um museu para colocar as peças e objetos encontrados nos dois antigos ancoradouros."
A equipe de 12 profissionais do Departamento de Antropologia do Museu Nacional que acompanha as obras sabia da existência do cais, mas tinha dúvidas se as estruturas haviam sido preservadas ou destruídas, diz a arqueóloga Tânia Andrade Lima, professora associada do dito departamento.
"Nosso principal interesse era encontrar o Valongo", contou Tânia. "Parece-nos bastante importante denunciar todas as situações de apagamento, de amnésia social, de esquecimento, que a dinâmica social imprime a determinados segmentos, principalmente o do [então] negro escravizado."
Entre os materiais encontrados e que estão sendo catalogados, estão partes de calçados, jogos de búzios para prática religiosa dos escravos e botões feitos com ossos pelos cativos. O que mais impressionou a arqueóloga foram as joias confeccionadas pelas escravas com piaçavas (espécie de fibra de palmeira). Os adornos eram usados nas cordas que as mantinham presas em um esforço para preservar sua feminilidade.
"[As joias] são de uma delicadeza que não parecem feitas de piaçavas", afirmou Tânia. "É comovente saber que, mesmo naquela situação degradante, elas buscavam formas de se enfeitar."
Passado do Rio emerge
Em 1996, durante obras de reforma em sua casa, na Rua Pedro Ernesto, Ana Maria Merced, 54 anos, se deparou com ossadas aparecendo entre o entulho retirado das escavações. Ana Maria reconheceu que eram ossadas humanas. Assustada, pensou que se tratava dos vestígios de uma chacina.
"Até que conversei com um senhor da associação de moradores da região que lembrou da história do cemitério", contou. "Procurei o Centro Cultural José Bonifácio, que fica aqui perto e é ligado à cultura afro-brasileira, e eles avisaram a prefeitura."
As ossadas sob a casa de Ana Maria eram restos mortais de escravos enterrados no Cemitério dos Pretos Novos.
No livro "À Flor da Terra: o cemitério dos pretos novos no Rio de Janeiro", o historiador Júlio César Medeiros da Silva Pereira conta que os escravos eram humilhados até depois da morte. Isso porque os enterros eram feitos em cova rasa, a um palmo de profundidade, com os corpos nus, envoltos e amarrados em esteiras, sem nenhum direito aos preceitos das culturas tradicionais africanas ou qualquer tipo de sacramento, explicou Pereira.
Os mortos eram jogados uns sobre os outros e queimados uma vez por semana, continuou Pereira. O Cemitério dos Pretos Novos funcionou de 1772 a 1830, dizem historiadores.
Para obter reconhecimento como nação independente de Portugal, em 1830 o Brasil firmou com a Inglaterra o compromisso de abolir o tráfico negreiro.
No registro de óbitos da Igreja de Santa Rita, entidade católica responsável pela administração do cemitério, constam 6.119 sepultamentos apenas nos últimos seis anos de existência do local, afirmou Pereira em seu livro.
A partir dos 5.563 fragmentos encontrados na casa de Ana Maria, a análise antropológica e biológica dos ossos permitiu identificar 28 corpos, com idades entre 3 e 25 anos e de ambos os sexos.
Rio terá passeio arqueológico
" Salve o navegante negro, que tem por monumento as pedras pisadas do cais"
Mas, em 1996, Ana Maria não obteve da então administração municipal qualquer incentivo para recuperar e preservar a história. Assim, ela resolveu preservar a história por conta própria.
Em 2005, sua família comprou dois imóveis do lado de sua casa e montou o Instituto dos Pretos Novos (IPN), atualmente um centro de referência sobre a cultura afro-brasileira. No ano passado, o IPN recebeu o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O IPHAN também está patrocinando uma pesquisa para que o IPN possa delimitar a área original do cemitério. Todo o material encontrado na casa de Ana Maria está guardado no Instituto de Arqueologia Brasileiro (IAB).
Mas o IPN não será esquecido dessa vez, garantiu o arquiteto Washington Fajardo, subsecretário municipal de Patrimônio Cultural, responsável pelo novo projeto na área do Cais do Valongo e do Cais da Imperatriz.
"No plano está previsto uma atenção ao cemitério, por se tratar de outra ligação com a escravidão na área. Queremos fazer a integração dos dois locais como roteiro arqueológico", afirmou o subsecretário.
Vídeo relacionado: http://www.youtube.com/watch?v=czguVPF_FAA
Dois filmes para assistir online.
11 de fevereiro de 2012
Carta O Berro.........................................................repassem
Dois filmes para assistir online.
Camponeses do Araguaia: A Guerrilha vista por dentro Documentário Completo.
e
Cabra marcado para Morrer.
Ice Coffee
5 de fevereiro de 2012
1 Copo de leite gelado
1 Colher (café) de café solúvel
1/2 copo cheio de cubo de gelo
1 1/2 sopa de leite em pó bem cheia
Adoçante ou 1 colher de sobremesa de açúcar
Dissolver café solúvel e leite em pó, um pouco de água, depois juntar o leite e os cubos de gelo.
1 Colher (café) de café solúvel
1/2 copo cheio de cubo de gelo
1 1/2 sopa de leite em pó bem cheia
Adoçante ou 1 colher de sobremesa de açúcar
Dissolver café solúvel e leite em pó, um pouco de água, depois juntar o leite e os cubos de gelo.
A coragem de dizer "Não"!
4 de fevereiro de 2012
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August Landmesser - https://pt.wikipedia.org/wiki/August_Landmesser |
Der Mut "NEIN" zu sagen!
Dieses Foto wurde im Jahr 1936 in Hamburg aufgenommen, Es zeigt die Feier zur Einweihung eines neuen Schiffes.
August Landmesser hatte zu diesem Zeitpunkt bereits mit dem herrschenden Nazi-Regime schlimme Erfahrungen gemacht. Man verurteilte ihn zu einer 2 jährigen Haftstrafe, weil er eine jüdische Frau ehelichte und mit ihr zwei Töchter groß zog.
Auf dem Bild sieht man deutlich wie August die Arme verschränkt und den Hitler-Gruß verweigert. Zwar musste er wohl - aus nicht bekannten Gründen - an der Zeremonie teilnehmen, war aber nicht bereit den Arm zu strecken.
Leider ist über das Schicksal diese Mannes, nach dieser Aufnahme nicht viel bekannt, sicher ist nur, dass die beiden Töchter überlebt haben. Eine der beiden erkannte 1991 durch Zufall ihren Vater auf dem Photo, dass in einer Zeitschrift veröffentlicht wurde.
Teile das wenn du auch "NEIN!" zu Nazis sagst!
Tradução:
A coragem de "não" a dizer!
Esta foto foi tirada em 1936 em Hamburgo, que mostra a cerimônia de dedicação de um novo navio.
Agrimensor agosto tinha feito neste momento com os dirigentes experiências regime nazista ruins. Ele foi condenado a dois anos de prisão, porque ele se casou com uma mulher judia e suas duas filhas foi ótimo.
Na foto você pode ver claramente os braços cruzados como de Agosto e negou a saudação a Hitler. Embora ele provavelmente tinha - por motivos desconhecidos - para assistir à cerimônia, mas não estava disposto a esticar o braço.
Infelizmente, o destino deste homem, depois de esta fotografia não era muito conhecido, mas é certo que as duas filhas sobreviveram. Um dos dois reconhecida em 1991 por acaso o seu pai na foto que foi publicada em um jornal.
Se você também compartilhar o "NÃO!" dizer aos nazistas!
Fonte: Markus Brandl (Facebook)
Hoje (12/02/12), A Revista da Biblioteca Nacional escreveu um artigo, leia:
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/nota/a-coragem-de-dizer-nao
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