A Informática na Educação
25 de outubro de 2013
Possibilidades para uma aprendizagem mais significativa.
O mundo contemporâneo está dante de várias mudanças ocasionadas pelo desenvolvimento da alta tecnologia, que consequentemente afeta os modos de aprendizagem. Pode-se atribuir à internet grande parte dessa evolução, o que está modificando profundamente os modos de aquisição de informações e conhecimentos, dando origem a uma nova sociedade - Sociedade da Informação.
Hoje podem-se realizar pesquisas sobre os temas mais variados ou se comunicar com qualquer parte do planeta utilizando o computador conectado à internet. Para essa nova forma de organização social, é exigido um novo homem que possua novas capacidades para lidar com o conhecimento, apto a adaptar-se ás mudanças, pois a cada momento que passa as transformações são mais rápidas e profundas. Se antes era valorizado o homem detentor de uma grande quantidade de informações devido a precariedade das formas de comunicação vigentes, hoje é fundamental um homem que consiga lidar com o enorme volume informativo potencial disponível. Tal mudança gerou a necessidade de que a educação escolar reveja sua função para que diante dessa nova sociedade, adote uma postura pedagógica mais rica e adequada ao novo cotidiano.
Considerando a necessidade de a escola estar inserida no mundo globalizado e de oportunizar condições para que os alunos utilizem os recursos disponíveis para uma aprendizagem mais significativa, faz-se imprescindível uma reflexão acerca do novo papel que a é exigido frente aos conhecimentos, a fim de se adequar diante da Sociedade da Informação. E como é impossível ocultar a presença da internet, é fundamental que sua utilização seja incorporada ao novo paradigma educacional. Mas para que não seja um modismo a mais a entrar na escola, é preciso que se reflita quais são as suas reais possibilidades para uma aprendizagem significativa e como utilizá-la para que se atinja o objetivo previsto.
A informática educacional e os professores
Anteriormente, era o professor quem detinha os conhecimentos a serem transmitidos e aos alunos restava a assimilação passiva desses. Hoje, diante da enorme variedade de dados atualizados disponíveis pela internet, o aluno pode tornar-se um sujeito ativo frente a sua aprendizagem. Pode, então, procurar e selecionar as informações de acordo com seu interesse e necessidade. Assim, o modelo tradicional de acúmulo de conhecimento e memorização de dados precisa ser substituído. Dentro desse contexto de transformação, caberá ao professor trabalhar no sentido de, primeiramente, incentivar em seus alunos o hábito da pesquisa - formar o aluno-pesquisador. Posteriormente, estimular nos alunos o desenvolvimento de um senso criterioso para que consigam selecionar e obter os dados de que necessitam. E, finalmente, desenvolver o hábito da crítica frente às informações obtidas na internet, como as obtidas através de outros meios de comunicação.
Para que os alunos consigam desenvolver esse tipo de trabalho, precisam reconhecer que os conhecimentos não estão prontos e acabados, e sim em constante transformação; reconhecendo que a superação do modelo tradicional é o grande desafio para a educação e não simplesmente a utilização da informática. Mas para que se consiga a superação da postura tradicional do professor, é preciso que se invista na formação profissional, dentro de uma concepção de continuidade, que não acontece em um encontro de um dia, mas que pode ser feita se incorporada à prática a utilização da internet desde os cursos de graduação.
Essa formação deve oferecer um suporte tecnológico, pois há a necessidade de o educador conhecer todos os recursos que são oferecidos pelo computador , mas prioritariamente, um suporte pedagógico, para que a introdução da informática não se restrinja a trabalhos com jogos ou ao “cursinho” de técnico de informática. Dentro desse paradigma, a formação objetiva promover a autonomia do educador e comprometê-lo com o seu próprio desenvolvimento profissional, se tornando um pesquisador de sua prática pedagógica, e com autonomia para construir seu caminho.
Assim pode ser explorado o próprio uso da educação à distância através da informática. Através do uso de redes promove-se o estudo e a discussão em grupos fisicamente distantes, mas com interesses próximos. Tem-se a oportunidade de sair do isolamento da sala de aula e enriquecer o conhecimento, trocando sugestões, manifestando ideias e opiniões, permitindo, assim, a leitura de um mundo global. O uso dessa tecnologia de ponta certamente conduzirá a educação à criação de uma nova dinâmica pedagógica fora do locus escolar através da informação e comunicação em rede.
Novas tecnologias na adolescência
No ensino, fica evidente o descompasso entre o que os alunos têm nas mãos e a capacidade da escola de usar as novas tecnologias com propósitos pedagógicos. Eles levam seus celulares para a sala, mas os professores muitas vezes não têm à disposição computadores e conexão para a realização de tarefas básicas como a busca de informações na internet.
Além disso, a falta de infraestrutura tecnológica, dificuldades de gestão escolar, problemas com a própria ação pedagógica e a dificuldade dos professores para adotar novas tecnologias, aparecem como grandes desafios. No ensino público, destaca-se também a fragilidade da implementação das políticas públicas. A escola pública sempre tem projetos a serem implementados, e a inserção das novas tecnologias para o uso pedagógico acaba sendo “atropelada” por necessidades mais imediatas. Isso faz com que a presença de tecnologias nas escolas acabe sendo geradora de problemas e não de soluções.
A inclusão digital de jovens não depende da aplicação da tecnologia e a políticas pedagógicas somente. É possível até mesmo dizer que nisto não há muita diferença entre escolas públicas e privadas, pois as privadas podem até estar mais à frente no sentido de ensinar os alunos a manipular o computador, mas também não utilizam os recursos digitais para criar novas propostas de ensino, como utilizar um game para resolver uma equação de segundo grau, por exemplo.
Pesquisadores chamam a atenção para o que consideram um equívoco das escolas, que é fazer uma divisão entre o universo online e o mundo real. Os dois campos são uma coisa só: a vida do aluno. Na escola, os piores lugares para se aprender a mexer no computador são as salas de informática, justamente porque configuram ambientes não familiares, estranhos, separados da vivência cotidiana dos jovens.
As novas tecnologias devem ser integradas ao currículo por meio de uma pedagogia voltada para o aluno, tendo as motivações para a aprendizagem como centro da atenção do professor. Isso fará com que as dificuldades do professor em apropriar-se das novas tecnologias deixem de ser um problema, pois ele passa a atuar mais como mediador e orientador do conteúdo obtido através dessas interfaces.
Logo, o professor fica mais atento aos objetivos de aprendizagem, à informações e orientações quando necessário, ao acompanhamento dos resultados, à avaliação, à observação de comportamentos e atitudes dos alunos, tendo um papel mais de mediador da aprendizagem do que de transmissor de conhecimentos".
Fonte: cartanaescola.com.br
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