Normalmente tudo o que é novo cria certa resistência. Para que se desmitifique a introdução da informática na escola e essa seja vista como um instrumento a ser utilizado pelo professor, e não como um instrumento de substituição do professor, é fundamental que se reflita com o professor sobre qual é seu papel dentro dessa nova dinâmica.
Anteriormente, era o professor quem detinha os conhecimentos a serem transmitidos e aos alunos restava a assimilação passiva desses. Hoje, diante da enorme variedade de dados atualizados disponíveis pela internet, o aluno pode tornar-se um sujeito ativo frente a sua aprendizagem. Pode, então, procurar e selecionar as informações de acordo com seu interesse e necessidade. Assim, o modelo tradicional de acúmulo de conhecimento e memorização de dados precisa ser substituído. Dentro desse contexto de transformação, caberá ao professor trabalhar no sentido de, primeiramente, incentivar em seus alunos o hábito da pesquisa - formar o aluno-pesquisador. Posteriormente, estimular nos alunos o desenvolvimento de um senso criterioso para que consigam selecionar e obter os dados de que necessitam. E, finalmente, desenvolver o hábito da crítica frente às informações obtidas na internet, como as obtidas através de outros meios de comunicação.
Para que os alunos consigam desenvolver esse tipo de trabalho, precisam reconhecer que os conhecimentos não estão prontos e acabados, e sim em constante transformação; reconhecendo que a superação do modelo tradicional é o grande desafio para a educação e não simplesmente a utilização da informática. Mas para que se consiga a superação da postura tradicional do professor, é preciso que se invista na formação profissional, dentro de uma concepção de continuidade, que não acontece em um encontro de um dia, mas que pode ser feita se incorporada à prática a utilização da internet desde os cursos de graduação.
Essa formação deve oferecer um suporte tecnológico, pois há a necessidade de o educador conhecer todos os recursos que são oferecidos pelo computador , mas prioritariamente, um suporte pedagógico, para que a introdução da informática não se restrinja a trabalhos com jogos ou ao “cursinho” de técnico de informática. Dentro desse paradigma, a formação objetiva promover a autonomia do educador e comprometê-lo com o seu próprio desenvolvimento profissional, se tornando um pesquisador de sua prática pedagógica, e com autonomia para construir seu caminho.
Assim pode ser explorado o próprio uso da educação à distância através da informática. Através do uso de redes promove-se o estudo e a discussão em grupos fisicamente distantes, mas com interesses próximos. Tem-se a oportunidade de sair do isolamento da sala de aula e enriquecer o conhecimento, trocando sugestões, manifestando idéias e opiniões, permitindo, assim, a leitura de um mundo global. O uso dessa tecnologia de ponta certamente conduzirá a educação à criação de uma nova dinâmica pedagógica fora do locus escolar através da informação e comunicação em rede.